As manifestações que tiveram inicio tendo como pivô o
aumento nas passagens do transporte público e que depois foram adicionando
outras reivindicações, sempre me deixaram a impressão de que havia também um
pouco de oportunismo, em razão da cobertura televisiva da Copa das
Confederações aqui no Brasil.
Com o fim da Copa, na semana seguinte cessaram as
manifestações permanecendo apenas algumas greves isoladas em algumas regiões do
país.
Tudo isso porque grande parte dos manifestantes estava nas
ruas muito mais por embalo e para aparecer no noticiário internacional do que
para reivindicar alguma coisa.
Aproveitando o momento, as centrais sindicais tentaram
organizar uma greve geral, que acabou não tendo tanto êxito quanto às
manifestações organizadas por grupos que se dizem não partidários e que deram
inicio às ondas de protestos.
É indiscutível o fato de que os protestos deram uma
chacoalhada na classe política brasileira e pelo menos o pessoal do Passe Livre
que tinha consciência do que reivindicava, conseguiu uma conquista com a
redução das passagens.
No entanto, de forma geral, as demais questões como: saúde,
educação e principalmente segurança, que não teve tanta cobrança, mas, que é um
dos pontos mais críticos no dia-a-dia da população; não tiveram por parte do
governo, propostas que possam apresentar grande melhora para os respectivos
setores em curto prazo, como a necessidade exige.
Basicamente a proposta de mudança apresentada pelo governo
que mais se discute atualmente é a da reforma eleitoral com referendo popular
e/ou plebiscito, que a maioria dos brasileiros se quer sabe o que venha a ser
um e outro.
Particularmente não vejo aonde uma reforma no sistema
político vai melhorar as questões da saúde, da educação, do transporte público,
da segurança, enfim, a vida do povo brasileiro.
Atualmente as manifestações que continuam acontecendo são
bem diferentes das que ocorreram durante a Copa das Confederações; são
manifestações de categorias trabalhistas como: médicos, aeroviários
(aposentados/pensionistas), policiais entre outros.
Enquanto isso, o governo está preocupado com o possível
surgimento de novas manifestações durante a jornada mundial da juventude e a
visita do Papa Francisco ao Brasil.
É evidente que as manifestações vão acontecer. Primeiro
porque é um evento da juventude; a mesma juventude que esteve nas ruas nas
manifestações anteriores e que estão acordando para a necessidade de lutar por
um país melhor.
Assim como é evidente que a visita do Papa também vira os
holofotes das televisões mundiais para o Brasil; e para quem gosta de aparecer
é uma grande oportunidade para de repente ser mostrado em um telejornal ou em
um site de noticias internacionais.
O que o governo precisa é apresentar soluções para os
problemas que afringem a população e deixar de se preocupar com possíveis
manifestações que com certeza vão continuar acontecendo, principalmente no
próximo ano durante a Copa do Mundo.
Manifestações, protestos, reivindicações, tudo isso
são ferramentas para serem usadas em uma democracia; e devem ser usadas pela
população sempre que seus direitos não forem atendidos. 
Nenhum comentário:
Postar um comentário